Éter
Através do estudo da melancolia cheguei em temas como a metafísica e o sublime, temas que se mostraram sensíveis para mim naquela época e alimentam a minha produção até o momento.
Defino as minhas pinturas atuais como paisagens psicológicas. Tais paisagens que não se referem ao mundo visível, mas sim a um mundo interior imaginário onde as sensações são expressas sem formas claramente reconhecíveis, mas sim através de sugestões, formando uma pintura que cria uma ambiência de mistério que se equilibra entre o familiar e o desconhecido. Éter foi o nome que dei ao conjunto de pinturas que se iniciou em 2020 e que venho trabalhando desde então. A luz em diálogo com a cor e os contrastes cria cenários embaçados que mostram sugestões dos quatro elementos clássicos (Terra, água, ar e fogo), em composições atmosféricas desfocadas e incertas.
Éter na alquimia medieval era considerado o quinto elemento, sendo ele invisível, seria o componente principal do universo. Em um tentativa de explicar a propagação da luz no espaço o éter foi considerado uma substância hipotética que seria o meio pelo qual as ondas eletromagnéticas se propagariam.