Nascido em Belo Horizonte em 1992, atualmente reside e trabalha em seu ateliê na cidade de São Paulo. Formado em Artes Plásticas pela FAAP em 2016, tem como foco em sua produção o desenvolvimento de pinturas, desenhos e objetos.

                                                                                                                                                         O TRABALHO

CORPORATURA

Debrucei-me sobre o entendimento da melancolia nas artes para escrever a minha monografia de conclusão de curso. Neste período desenvolvi pinturas que traziam a minha forma de abordar o tema. Através do estudo da melancolia cheguei a temas como a metafísica e o do sublime, concepções que se mostraram sensíveis para mim naquela época e que vieram a alimentar e continuam alimentando a minha produção até o momento atual. Trabalho com pintura, desenhos e objetos, técnicas entre as quais consigo estabelecer uma relação de complementaridade e ao mesmo tempo preservar a linguagem estética particular de cada uma delas.

LUZ, SOMBRA E PENUMBRA

Defino as minhas pinturas atuais como paisagens psicológicas. Tais paisagens não se referem ao mundo visível, mas sim a um mundo interior imaginário onde as sensações são expressas sem formas claramente reconhecíveis, criando uma ambiência de mistério que se equilibra entre o familiar e o desconhecido.

Em meados de 2020 durante a fase inicial da pandemia de Covid19, iniciei uma série de pinturas que foram revelando um interesse crescente pela luminosidade. Estas pinturas apresentam focos de luz através do espaço da tela, pontos de luminosidade em contraste com áreas mais escuras, criando arranjos de formas específicas ou cenários atmosféricos. Começava ali um projeto que continuo a desenvolver até o momento, com seus devaneios e desdobramentos, assuntos pertinentes e paralelos, entre a luz e a sombra do que eu já consigo compreender e o que ainda é mistério no que faço.

Não acredito que o artista possa estar em controle total do que produz, mas sim a serviço de um pensar conjunto como sociedade onde ele se coloca como possível veículo para expressão do seu inconsciente e de nosso tempo. No exercício da espiritualidade através do trabalho artístico, prefiro a dúvida à certeza, e não tento definir o indefinível. Meu processo se dá em grande parte sem planejamento ou rascunho, a ideia do que imagino e quero como resultado final se constrói e se remodela ativamente no próprio fazer